O que você perde quando gasta seu dinheiro?

O que você perde quando gasta seu dinheiro?
Photo by Eduardo Soares / Unsplash
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Escrito por Tiago Azevedo do Universo da Psicologia 

O dinheiro é um ótimo meio de conseguir felicidade, certo? Você pode fazer muita coisa boa com dinheiro, não há dúvida. Mas uma questão não muito discutida é: nós otimizamos nosso uso do dinheiro?

Digamos que você pode comprar pizza e pagar Netflix. Os dois são bons, né? Agora…qual deles te dá mais felicidade? Se fosse necessário, qual deles você cortaria?

Você já reparou em como você pensa em usar o dinheiro? É bem comum que as pessoas pensem “tenho x dinheiros, logo…posso comprar a coisa y”. Uma forma alternativa é pensar em custo de oportunidade.

Em microeconomia, custo de oportunidade é um conceito que trata de escolha. Dado que dinheiro é um recurso limitado, você precisa escolher como usá-lo dentre várias alternativas excludentes.

Suponha que você só tem R$ 50 para gastar OU com pizza OU com Netflix. O custo em dinheiro é R$ 50 mas, pensando em custo de oportunidade, o custo de escolher pizza é também não ter netflix. Ou seja, ao fazer a melhor escolha, você perde o benefício da segunda melhor escolha. Toda vez que você gasta em algo, você não pode gastar em outra coisa.

O exemplo pizza x netflix é simples, mas não tão bom. Você pode simplesmente pensar: “ah, mas eu tenho o dinheiro para os dois, não preciso me preocupar com isso”. Vamos pensar em algo um pouco mais caro então.

Suponha que você goste de SUV e adorou a propaganda do Novo Tiggo 50x Pro Turbo Complex Assault Mode, que sobe montanha e se transforma em robô. Suponha que ele custe R$ 400.000, mas você já fez todos cálculos, incluindo manutenção e achou tudo bem. Você já se imagina dentro do carro, sente o cheiro de carro novo, já sente o poder de ter um carro robô que sobe montanhas. Mas qual é o custo de oportunidade? Que outras coisas você poderia ter com esse dinheiro que vai usar no carro?

Você pode pensar: “ah, mas agora eu tenho o dinheiro para comprar tudo que eu quero”. Aí está outra dificuldade de pensarmos no uso do dinheiro: o presente é muito…presente, enquanto o futuro é muito distante. Assim, tendemos a pensar no custo de oportunidade atual, desconsiderando o que o futuro trará (novos desejos e necessidades imprevistos).

Pensar em termos concretos ajuda muito. O que você poderia ter, no presente e no futuro, com os R$ 400 mil? Um carro não tão incrível + reserva? Um imóvel? Investimentos? Pizza + todos os streamings? 400 mil paçocas? Um pouco de tudo isso?

O meu ponto aqui não é te dizer com o que gastar seu dinheiro, mas te ajudar a pensar melhor sobre isso. Ao pensar em custo de oportunidade, você raciocina de forma diferente sobre os benefícios que pode obter com os recursos que possui. Consequentemente, você pode tomar melhores decisões sobre o que fazer. Porém, mesmo assim, pode continuar fazendo escolhas ruins.

Enquanto a decisão é mental, a escolha é comportamental. Você pode decidir pensar no custo de oportunidades sempre, mas pode escolher alternativas ruins mesmo assim. Isso pode acontecer simplesmente porque você esqueceu ou não foi capaz de fazer bons cálculos diante de tantas variáveis envolvidas, e isso é completamente normal (é inviável ficar fazendo cálculos com paçocas o tempo todo - eu já tentei).

Para melhorar isso, você pode fazer escolhas que evitam a necessidade de escolhas futuras. Por exemplo, se você decide que quer guardar dinheiro, pode escolher fazer dedução automática de parte do seu dinheiro. Você só fez uma escolha: programar a dedução. Como o processo é automatizado, você não precisa mais pensar tanto nisso.

E aí, você otimiza seu dinheiro?


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