DREX e o futuro do dinheiro no Brasil

DREX e o futuro do dinheiro no Brasil
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Escrito por Fernanda Guilhermino, Co-Fundadora da Oinc

Tem troco pra 50? Aceita pix? É de inserir ou de aproximar?

Você muito provavelmente está familiarizado com essas interações na hora de pagar por alguma coisa que comprou. Uma delas, cada vez menos. Cada dia que passa, menos pessoas usam dinheiro de papel. E isso faz muita gente questionar: ele ainda vai estar aqui daqui 10 anos? O dinheiro de papel vai sumir?

Essa pergunta vira e mexe volta. E voltou de novo esse mês com o anúncio do Banco Central (BC) sobre o projeto de moeda virtual (real digital), renomeado agora para Drex.

Se você está completamente perdido ou cheio de perguntas, você está no lugar certo, vamos explicar tudo que está rolando e, sim, fazer mais perguntas.

Começando pelo começo, o que é o DREX?

O Drex é como o BC rebatizou o real digital. Como o BC explica em seu site “A Plataforma Drex é um ecossistema de registro distribuído (em inglês Distributed Ledger Technology – DLT), no qual intermediários financeiros regulados converterão saldos de depósitos à vista e em moeda eletrônica em Drex, para que os seus clientes tenham o acesso a vários serviços financeiros inteligentes.” 👀

Okay… okay… isso ainda pode estar um pouco confuso. Então vamos por partes: O real hoje é representado pelo papel moeda que usamos, o que a gente pede “troco para 50”.

Cada vez mais a economia está digitalizada e Bancos Centrais do mundo todo estão criando suas moedas digitais, que têm o mesmo valor que a moeda de papel, mas uma outra forma de transação que usa tokens e blockchain e toda infraestrutura criada para moedas digitais que hoje são muito populares (todo mundo aí tem um amigo que comprou uma criptomoeda com nome de cachorro ou Bitcoin).

Só que hoje, quando falamos em criptomoedas, estamos sempre falando de um ambiente em que as pessoas estão trocando dinheiro físico (do seu país) por criptomoedas como um investimento - e voltamos a pensar no amigo que comprou Bitcoin e ganhou (ou perdeu) rios de dinheiro.

O Drex não tem essa dimensão. O valor não tem uma variação em comparação ao real físico. Um “real digital” tem o mesmo valor que um “real físico”, porque é uma versão digital da mesma moeda - o real.

Agora você deve estar pensando: Coisas que eu pagava em dinheiro físico hoje eu pago com o Pix. Já não é suficiente? A gente precisa mesmo do Drex?

Tanto o Pix como o Drex fazem parte desse movimento de digitalização da economia brasileira e o impacto e razão de existir deles são bem diferentes. Vamos explorar isso mais a frente.

É curioso mencionar que os próprios nomes sinalizam esse movimento. O PIX é sigla para Pagamento Instantâneo - o X entra para o nome para representar tecnologia. 💁‍♀️

As letras de DREX também evocam isso, DR para Real Digital, E para eletrônico e X novamente representando tecnologia (alô Elon Musk, a família X tá crescendo).

Para lembrar um pouco do contexto, o Pix revolucionou a forma que transferimos dinheiro e lidamos com ele. A adesão foi incrível e Bancos Centrais do mundo todo olham pra esse grande caso de sucesso e se inspiram no que o Brasil fez. Como dito, o Pix é uma revolução na forma de transferir/transacionar dinheiro. A gente nem lembra mais de como era o mundo antes do Pix.

O Drex tem uma razão de existir ainda mais ampla, pensando no escopo geral de digitalização da economia, digitalizando a base dela - a moeda.

Faz um Drex?

Não, não é provável que a gente comece a falar “me faz um Drex”, porque Drex é para a plataforma/ecossistema e não uma forma de pagamento como o Pix. Pensando em caso de uso se fala muito em smart contracts, programabilidade, segurança e automatização. Mas, Meu Deus, como??

Fica comigo que eu criei uma história: Imagine que você criou uma obra de arte, uma pintura incrível 👨‍🎨.  O certificado de autenticidade e propriedade dela estão inseridos em um contrato inteligente e nele previsto que a sua incrível obra de arte, que mudou o conceito do que entendemos como pintura, merece uma recompensa eterna. Prevendo assim, que toda vez que a pintura for revendida, um percentual é pago à você, proprietário original e criador (e seus herdeiros).

Assim, imaginando a valorização da sua arte incrível, a cada revenda (que virá acompanhada de uma baita valorização da sua obra, já que você é o Monet da geração) uma parte do dinheiro precisa ser transferido automaticamente para uma conta criada para a sua família, e isso será feito dentro de um sistema monetário estável, seguro e digital, incluindo o real como moeda de pagamento (pelo Drex) nesse contrato inteligente.

Quer uma aplicabilidade mais pé no chão? Você quer comprar um carro usado. E para sua segurança quer usar um contrato inteligente. É dinheiro para cá, propriedade para lá, simultaneamente e o Drex (inserido nesse contexto de contratos inteligentes) vai possibilitar que isso seja feito dentro de um ecossistema amplamente usado no Brasil.

Esse é o futuro?

🔮 Sem bola de cristal, só podemos falar com segurança do nosso presente. E o que podemos dizer é que já é parte do nosso presente uma economia digital. Já vemos bancos digitais, transferências instantâneas, cofrinho digital (sim sim, oinc! 🐽)…. São todas soluções que mostram que esse é o presente do dinheiro e não o futuro dele.

É clichê terminar falando que o futuro já começou, mas é onde estamos. A economia já é digital, o trabalho agora é grande, para continuar evoluindo e continuar incluindo soluções, facilitando o uso e, sobretudo, proporcionando a inclusão de pessoas às possibilidades e facilidades de se integrarem ao sistema financeiro - porque sim, ele já é digital e o futuro dele, (ouso sonhar) muito mais democrático.


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